Durante a gravidez ocorrem mudanças importantes no organismo da mulher e, especialmente, no funcionamento da tireoide. É normal, neste período, que a gestante apresente níveis de hormônios diferentes de mulheres não grávidas. Esses hormônios têm papel importante no desenvolvimento saudável da gestação e do feto. Por isso, é preciso ter atenção, principalmente neste momento da vida da mulher. O mau funcionamento da glândula pode acarretar em problemas graves de saúde, tanto para mãe quanto para o bebe.
Diagnóstico:
A avaliação do hormônio TSH deve ser o primeiro exame a ser realizado pela gestante. É ele que vai avaliar qual o risco da gestante evoluir para uma disfunção tireoidiana ou diagnosticar um problema que ela já possa ter.
Hipotireidismo na gestação
A tireoide fetal começa sua produção hormonal própria a partir de dez a doze semanas, mas se torna madura e suficiente a partir da 20ª. Até lá, o feto depende dos hormônios tireoidianos maternos. Logo, a deficiência do hormônio materno nesse período pode gerar consequências, sobretudo no desenvolvimento neurocognitivo, além de consequências obstétricas e perinatais como maior risco de prematuridade, baixo peso ao nascer, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e parto cesárea.
Tratamento: Uma vez que a gestante seja diagnosticada com hipotireoidismo, o tratamento com a reposição hormonal ( levotiroxina ) deve ser iniciado imediatamente. A adesão ao tratamento é muito importante para mãe e para o bebê. A ingestão do hormônio tireoidiano é diária e a dose pode ser ajustada de acordo com a evolução da gravidez. Mesmo após o parto, a mulher não deve abandonar o tratamento se ainda apresentar o problema. É importante ressaltar que o hormônio tireoidiano não faz mal ao bebê. Com isso, a mãe pode continuar com a amamentação sem problemas.
Hipetireidismo na gestação
O hipertireoidismo durante a gestação caracteriza-se pela produção excessiva dos hormônios T4 e T3 e, nessas circunstâncias, esses hormônios causam redução da produção do TSH. Os sintomas do hipertireoidismo na grávida são pele fina, quente, úmida e pegajosa, tremor fino nas mãos, taquicardia, palpitação, ansiedade, sudorese e calor em excesso.
Causas e tratamento:
A principal causa do hipertireoidismo na gestação é a tireotoxicose transitória gestacional que acontece nas primeiras doze semanas e é causada por elevação do hCG ( hormônio placentário ). O tratamento indicado é hidratação e, se necessário, beta-bloqueadores em baixas doses por curto período.
Outra causa de produção excessiva de hormônios tireoidianos na gravidez é a doença de Graves. O tratamento consiste em medidas de suporte e, se necessário beta-bloqueadores e tionamidas, sendo o propiltiouracil indicado nas primeiras 16 semanas de gravidez e o metimazol a partir da 16ª semana de gestação. Essas medicações são utilizadas na menor dose e no menor tempo possível.
Conclusão:
Em alguns casos, os níveis de hormônios tireoidianos voltam ao normal após a gravidez. Porém, é importante que essas mulheres fiquem atentas, pois o risco delas voltarem a apresentar novos problemas na glândula é grande. Portanto, o acompanhamento com endocrinologista durante e após a gestação é essencial para manter a tireoide funcionando bem.