Doenças Endócrinas na gestação: diabetes e tireoide

A gestação é um período de mudanças hormonais intensas e complexas, e as doenças endócrinas podem ter um impacto significativo na saúde da mãe e do feto. É importante compreender como essas doenças podem afetar a gravidez e como os cuidados médicos adequados podem garantir um desfecho saudável para ambos. 
As alterações endocrinológicas mais comuns na gestação são:  diabetes gestacional e as doenças  na tireoide ( hipertireoidismo e hipotireoidismo)
 
* Diabetes Gestacional:
Diabetes gestacional é quando a grávida desenvolve uma resistência insulínica provocada pelos hormônios da gestação que predispõe ao desequilíbrio da produção de insulina pelo pâncreas. Geralmente isso acontece no terceiro trimestre da gravidez e na maioria dos casos não apresenta nenhum sintoma. Estima-se que esta alteração ocorra em até 20% das gestações, podendo afetar inclusive mulheres sem histórico pessoal e familiar da doença, geralmente desaparecendo após o parto.
 
Diagnóstico: 
Normalmente, o diagnóstico da doença é feito entre a 24ª e a 28ª semanas de gravidez, período em que é mais comum ocorrer a resistência à insulina. Os procedimentos que podem ser feitos envolvem os exames de curva glicêmica e glicemia de jejum. 
 
Tratamento:
O controle da dieta aliado a atividade física são  essenciais para o manejo do diabetes gestacional. A gestante precisa tomar alguns cuidados, como: comer alimentos de baixo índice glicêmico e diminuir a ingestão de açúcar e carboidratos simples; praticar exercícios físicos para manter os níveis de glicose circulante equilibrados. Em alguns casos,  é necessário associar o uso da insulina para melhor controle da glicemia.  O tratamento deve ser feito acompanhado de um nutricionista, do obstetra e do endocrinologista, para que o controle da glicemia seja eficaz.
 
* Doenças na tireoide:

Durante a gravidez ocorrem mudanças importantes no organismo da mulher e, especialmente, no funcionamento da tireoide. É normal, neste período, que a gestante apresente níveis de hormônios diferentes de mulheres não grávidas. Esses hormônios têm papel importante no desenvolvimento saudável da gestação e do feto. Por isso, é preciso ter atenção, principalmente neste momento da vida da mulher. O mau funcionamento da glândula pode acarretar em problemas graves de saúde, tanto para mãe quanto para o bebe. 

Diagnóstico: 

A avaliação do hormônio TSH deve ser o primeiro exame a ser realizado pela gestante. É ele que vai avaliar qual o risco da gestante evoluir para uma disfunção tireoidiana ou diagnosticar um problema que ela já possa ter. 

Hipotireidismo na gestação

A tireoide fetal começa sua produção hormonal própria a partir de dez a doze semanas, mas se torna madura e suficiente a partir da 20ª. Até lá, o feto depende dos hormônios tireoidianos maternos. Logo, a deficiência do hormônio  materno nesse período pode gerar consequências, sobretudo no desenvolvimento neurocognitivo, além de consequências obstétricas e perinatais como maior risco de prematuridade, baixo peso ao nascer, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e parto cesárea.

Tratamento: Uma vez que a gestante seja diagnosticada com hipotireoidismo, o tratamento com a reposição hormonal ( levotiroxina ) deve ser iniciado imediatamente. A adesão ao tratamento é muito importante para mãe e para o bebê. A ingestão do hormônio tireoidiano é diária e a dose pode ser ajustada de acordo com a evolução da gravidez. Mesmo após o parto, a mulher não deve abandonar o tratamento se ainda apresentar o problema. É importante ressaltar que o hormônio tireoidiano não faz mal ao bebê. Com isso, a mãe pode continuar com a amamentação sem problemas.

Hipetireidismo na gestação

O hipertireoidismo durante a gestação caracteriza-se pela produção excessiva dos hormônios T4 e T3 e, nessas circunstâncias, esses hormônios causam redução da produção do TSH. Os sintomas do hipertireoidismo na grávida são pele fina, quente, úmida e pegajosa, tremor fino nas mãos, taquicardia, palpitação, ansiedade, sudorese e calor em excesso.

Causas e tratamento:

A principal causa do hipertireoidismo na gestação é a tireotoxicose transitória gestacional que acontece nas primeiras doze semanas e é causada por elevação do hCG ( hormônio placentário ).  O tratamento indicado é hidratação e, se necessário, beta-bloqueadores em baixas doses por curto período.

Outra causa de produção excessiva de hormônios tireoidianos na gravidez é a doença de Graves. O tratamento consiste em medidas de suporte e, se necessário beta-bloqueadores e tionamidas, sendo o propiltiouracil indicado nas primeiras 16 semanas de gravidez e o metimazol a partir da 16ª semana de gestação. Essas medicações são utilizadas na menor dose e no menor tempo possível.

Conclusão:

Em alguns casos, os níveis de hormônios tireoidianos voltam ao normal após a gravidez. Porém, é importante que essas mulheres fiquem atentas, pois o risco delas voltarem a apresentar novos problemas na glândula é grande. Portanto, o acompanhamento com endocrinologista durante e após a gestação é essencial para manter a tireoide funcionando bem.

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